É lugar-comum evidenciar apenas, no Dia Mundial da Água, comemorado a cada 22 de março, que o Brasil sofre com a falta deste vital líquido, embora detenha 12% da água doce do planeta.
A Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (Losan), sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 15 de setembro de 2006, traz a alimentação adequada para o campo dos direitos fundamentais do ser humano, e indispensável para a realização dos outros direitos consagrados na Constituição Federal. Direito fundamental, inclusive, para realização do direito à vida. O acesso à água potável, o alimento mais fundamental dos alimentos, vem crescendo, apesar dos desafios a serem vencidos. No Semi-Árido brasileiro, região mais castigada pela má distribuição de chuvas, são cerca de 250 mil cisternas, sendo mais de 195 mil construídas com recursos do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), que captam e armazenam água quando chove, por meio de calhas, e matam a sede de mais de 1 milhão de sertanejos. Em 2008, a expectativa do MDS é de construir mais 70 mil cisternas.
Além de levar água de beber, o MDS, em parceria com a Articulação do Semi-Árido (ASA), estados e municípios, vai investir, este ano, R$ 25 milhões no projeto conhecido carinhosamente como "água de comer", voltado à produção de alimentos para o autoconsumo familiar. É o Programa Uma Terra e Duas Águas. Desta forma, já sem sede, o sertanejo vai começar a encher a barriga também com comida - comida essa colhida no quintal de casa. Se onde vive, a água vem chegando, ela deve estar também nas escolas. Pensando nisso, o MDS já planeja, em conjunto com o Ministério da Educação (MEC), a construção de cisternas na rede pública de ensino na região de Semi-arido tem dificuldade de acesso à rede de água potável.
E pensar que esta evolução do acesso à água saiu da cabeça de um senhor, já calejado com a seca, que largou o agreste sergipano para ganhar a vida na cidade grande. Em 1955, Manoel Apolônio de Carvalho tem a idéia, a partir da experiência na construção de piscinas, de construir reservatórios impermeáveis com placas curvas de cimento, capazes de armazenar a água da chuva que cai no sertão durante o inverno e de livrar o sertanejo da seca que assola a região nos outros meses. Então, seu Nel, como é conhecido, volta para a cidade natal - Simão Dias (SE) -, e dana a instalar cisternas nas casas de vizinhos. "Quando percebi, meu invento era popular", diria.
Por essas e outras é que, numa data tão importante como esta, reafirmarmos o nosso compromisso de chegar a 1 milhão de cisternas construídas, beneficiando mais de 5 milhões de pessoas, e livrando-as do atraso e da dependência de viver sem água no Brasil. Neste Di Mundial da Água, queremos reiterar nossas homenagens ao seu Nel, que, em 2006, recebeu do ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, o certificado Parceiro Fome Zero. Primeiro cidadão certificado - até então destinado somente a entidades -, seu Nel é uma referência aos que contribuem com as ações das políticas sociais do governo federal.
Que interessante coincidência: seu Nel, divide o Apolônio do seu nome com o pernambucano Josué Apolônio de Castro, nossa referência maior da luta contra a fome e patrono do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), cujo pai foi Manoel Apolônio de Castro!
fonte : http://www.fomezero.gov.br/artigo/o-avanco-no-acesso-a-agua-onaur-ruano
terça-feira, 13 de abril de 2010
O Avanço no acesso água ! Onaur Ruano
Postado por Acesso a Água às 14:16
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1 comentários:
Neste texto de Onaur Ruaro, é evidente que o brasil e outros países estão "perdendo" cada vez mais a água a cada ano com os descuidados de suas populações, mas também se ressalta o avanço do acesso a água a algumas regiões onde antes não se via, o acesso está tendo agora só falta nós cuidarmos bem do liquido vitalicio.
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